A FACULDADE DE ENGENHARIA QUÍMICA DA UNICAMP VAI ATUAR NO DESENVOLVIMENTO DE NOVAS TECNOLOGIAS NA ÁREA DE ENERGIAS RENOVÁVEIS PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL.
Texto: Ana Paula Palazi | Foto: Divulgação FEQ-Unicamp
A Faculdade de Engenharia Química da Universidade Estadual de Campinas (FEQ-Unicamp) foi aprovada para credenciamento como unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII), organização social vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações do Governo Federal. O resultado final do processo foi anunciado nesta sexta-feira (20) no site da EMBRAPII.
A FEQ-Unicamp está entre as quatro instituições paulistas aprovadas, ao lado da Universidade de São Paulo e da Embrapa Instrumentação, na chamada que ocorreu em outubro de 2022 e teve uma parcial do resultado divulgada no fim do ano passado. Os outros centros de pesquisa selecionados são a Universidade Federal do Pernambuco (FITPEG) e o Senai DR, de Recife (PE), a Universidade Estadual da Paraíba (NUTES), de Campina Grande (PB), o Senai DR, de Maringá (PR) e a Fundação para Inovações Tecnológicas (FITec), de Belo Horizonte (MG).
A unidade EMBRAPII em energias renováveis recebeu o nome de E-RENOVA e será dirigida pelo docente e professor titular da FEQ-Unicamp, Rubens Maciel Filho. O novo centro de pesquisa contará com a participação de uma equipe de docentes, funcionários, pesquisadores e alunos da Faculdade com diferentes expertises, da Fundação de Desenvolvimento da Unicamp (Funcamp) e da Agência de Inovação da Unicamp (Inova Unicamp).
“Ser aprovada como uma unidade EMBRAPII é uma conquista e mais um reconhecimento para a FEQ-Unicamp. Já somos referência na área de energias e produtos de fontes renováveis e, agora, ampliamos nosso compromisso com a sociedade para o desenvolvimento de soluções de base tecnológica e que atendam a critérios de sustentabilidade, a partir de parcerias com o setor industrial”, disse Rubens Maciel Filho, docente da Unicamp e coordenador da nova unidade EMBRAPII.
CENTRO DE PESQUISA
Os estudos da E-RENOVA terão foco em novos processos e produtos em energias renováveis, produção de biocombustíveis e processamento de biomassa, a partir de resíduos agroindustriais, incluindo os de cana-de-açúcar, milho e florestais, gerados pela indústria de papel e celulose, por exemplo. Essa é a segunda unidade EMBRAPII sediada na Unicamp – a outra é vinculada ao Centro de Química Medicinal da Unicamp (CQMED), na área de inovação em fármacos em funcionamento desde 2017.
Segundo Leonardo Fregolente, diretor associado da FEQ-Unicamp, o credenciamento vai impulsionar a captação de recursos e potencializar a capacidade de cooperação da Unicamp com empresas do setor em pesquisas experimentais e de modelagem e simulação.
“O credenciamento da FEQ certamente irá propiciar um ecossistema de inovação e desenvolvimento de tecnologias e essa sinergia contribuirá para avanços em maturidade técnica e econômica de processos industriais, geração de propriedade intelectual, formação de recursos humanos especializados, além de consolidação de novas áreas de pesquisa”, disse o professor e pesquisador.
INVESTIMENTOS EM INOVAÇÃO
A partir do credenciamento, a unidade EMBRAPII da Faculdade de Engenharia Química da Unicamp estará apta para receber recursos financeiros do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) para prospectar e executar projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I), em parceria com empresas industriais, para pesquisas voltadas ao desenvolvimento sustentável.
O investimento para a E-RENOVA será não reembolsável. A partir dele, a expectativa é ao menos dobrar o aporte em inovação. O modelo soma a contrapartida financeira das empresas industriais e os recursos não financeiros das unidades credenciadas. Na Unicamp, os recursos que serão investidos contemplam infraestrutura física, parque de equipamentos, salário de pesquisadores e bolsas de estímulo à pesquisa.
“Daremos todo o suporte aos pesquisadores na interação com a indústria. Já estamos em conversas com empresas consolidadas para estruturar relacionamentos de longo prazo focados no estímulo à pesquisa em parceria e que fomentem também a criação de empresas spin-off, a partir das tecnologias que serão desenvolvidas na E-RENOVA”, comentou Iara Ferreira, coordenadora de Negócios e Inovação da Inova Unicamp.
O mercado a ser atendido pelos projetos é composto principalmente por empresas dos setores sucro-milho-energético, biotecnologia industrial, florestal, óleo-gás e de produtos e energias renováveis. Empresas como Raízen, Suzano, Evonik, Braskem e Amyris já sinalizaram intenção de firmar convênios de cooperação em pesquisas com a nova unidade EMBRAPII da Unicamp.
“O Brasil tem um potencial muito grande de uso de biomassa para produção de combustíveis, principalmente combustíveis de alta densidade energética. Nossa meta é fortalecer as parcerias universidade-empresa que já existem com a Unicamp e também atrair novos parceiros, transformando a FEQ em um polo de desenvolvimento tecnológico nacional para biocombustíveis“, finaliza Fregolente.
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